E não pense que só os adultos são as vítimas. Segundo a especialista, a partir dos três anos de idade, já é possível encontrar casos de compulsão. Isso acontece nas crianças que se masturbam demais, causando constrangimento aos pais. Nos casos infantis, entretanto, o diagnóstico é mais complicado, afinal a criança ainda não tem noção das atitudes que podem ou não ser realizadas publicamente. Ao sinal de qualquer desconfiança, a melhor saída é procurar aconselhamento psicológico com um profissional voltado ao trabalho com crianças.
Entre os adultos, por sua vez, os homens destacam-se como as maiores vítimas da compulsão por sexo. Pesquisas feitas com base em tomografias computadorizadas do cérebro masculino e feminino indicam que a atividade sexual entre os homens é mais intensa, portanto a incidência de distúrbios nessa área tende a ser maior entre eles do que entre as mulheres , afirma a psicóloga.
Mas a virilidade masculina costuma mascarar o problema, constrangendo muitos homens que até desejariam se livrar do problema. Quando o sexo começa a trazer prejuízos para sua qualidade de vida, é sinal de que algo anda mal. Vale ressaltar também que o paciente compulsivo costuma dar várias explicações para seu comportamento assanhado, principalmente numa cultura, como a nossa, que glorifica a performance sexual do homem .
O tratamento combina a prescrição de medicamentos (geralmente, para diminuir a ansiedade) e terapia, necessitando do acompanhamento conjunto de psiquiatra e psicólogo. E adiar a busca de ajuda só tende a piorar a situação: de acordo com Elenice Castelli, existe uma correlação alta entre comportamento sexual compulsivo e parafilias, ou seja, fantasias sexualmente excitantes, com desejos fortes ou ainda comportamento sexual patológico, envolvendo crianças (pedofilia), animais (zoofilia) cadáveres (necrofilia) e fezes (coprofilia).Em geral os transtornos obsessivos compulsivos alcançam a cura com o tratamento adequado.