segunda-feira, 13 de abril de 2009

ame-se

AUTO-ESTIMA

É preciso aprender a amar-se! Sim!

Não falo de amar o próximo, mas si próprio!

A primeira vista parece estranho e antiético, mas não é.

Vejamos:

vivemos um momento de extrema apatia social.

As pessoas não saem às ruas, nem exigem o cumprimento das normas do Direito.

Tal cenário favorece a má atuação dos agentes públicos.

E qual seria a causa?

Duas são principais:

1) Nosso sistema e forma de governo não se adaptam à nossa cultura e,


2) A inércia, o comodismo, enfim: a falta de amor próprio tão característica do brasileiro. Atenhamos-nos apenas na segunda causa.

Permitir-se não ter bons serviços de educação,
permitir-se não ter acesso à saúde,
permitir-se não ter programas efetivos de inclusão social,
permitir-se não ter emprego, permitir-se perder direitos,
permitir-se aceitar calado a corrupção dos poderes públicos,
permitir-se pagar impostos que não são convertidos em serviços e etc.
Ora! Tudo isso sinaliza que é preciso amar-se mais e,
conseqüentemente,
lutar por melhores condições de vida.
Nesse sentido,

devemos olhar mais no espelho, amar-nos

Nesse sentido, devemos olhar mais no espelho,

amar-nos e jamais abaixar a cabeça para o outro.

Principalmente quando ele governa mal,

explora-nos e impede-nos de alcançar o sagrado direito natural de existir com dignidade.

Assim, querer o perdão e a paz não nos obriga a aceitar humilhações ou desistir de sonhar com um futuro melhor.

Muitas vezes é necessário rebelar-se.

Enfim: agir como o messias cristão que entrou no templo, esbravejou e derrubou as bancas dos que ali negociavam
Querer a Justiça e uma vida melhor exigem que saiamos de casa em protesto e, até mesmo, desafiemos as instituições vigentes.

Aceitar a destruição de si mesmo sob a alegação rasteira do “amor ao próximo” e da “paz”,

apenas piora a situação.

Pois à medida que o opressor torna-se mais poderoso, ele exige mais.

Logo, se o oprimido aceitar e “perdoar” a ofensa, abrirá caminho para que o tirano abuse novamente.

E, nessa hipótese, o ciclo tornar-se-á ainda mais vicioso, cruel e difícil de se combater.

Omitir-se é uma forma velada de concordar com o mal.


Portanto,

não indignar-se contra a injustiça não é amor ao próximo,

mas total falta de amor a si mesmo, enfim:

covardia.

Nos dizeres de Nietzsche, é a “cultura da decadência”, a “moral escrava”,

a “negação dos instintos básicos da vida” e,

nesse sentido,

certamente o brasileiro precisa urgentemente aprender a amar-se mais.






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