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Quero falar aos amigos.
Os amigos que tenho são os melhores que alguém poderia ter.
Além disso, os amigos que tenho têm muitos amigos e os dividem comigo.
Assim, meu número de amigos sempre aumenta, já que sempre ganho amigos dos meus amigos.
Foi assim sempre.
Uns ganhei há tempos.
Outros são mais recentes.
E quem os deu não ficou sem eles, pois amizade pode ser sempre dividida sem nunca diminuir ou enfraquecer.
Pelo contrário.
Quanto mais dividida mais aumenta.
E há mais vantagens na amizade: é uma das poucas coisas que não custam nada mas valem muito, embora não sejam vendáveis!
Entretanto, é preciso que se cuide um pouco das amizades.
As mais recentes, por exemplo, precisam de alguns cuidados.
Poucos, é verdade, mas indispensáveis.
É preciso mantê-los com um certo calor, cuidar, falar com eles.
Com o tempo eles crescem, ficam fortes e suportam alguns trancos.
Os mais antigos, já sólidos, não exigem muito não! São como as mudas de plantas que, depois de enraizadas, parecem viver sem cuidados, porém não podem jamais ser esquecidas.
Algo é preciso para mantê-las vivas.
Prezo muito minhas amizades e reservo sempre um canto no meu peito para elas.
E sempre que surge a ocasião, não perco a oportunidade de dar um amigo a um amigo, da mesma forma que ganhei.
E não adiantam as despedidas.
De um amigo ninguém se livra fácil.
Amizade,
além de contagiosa,
é incurável.
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