terça-feira, 21 de julho de 2009

sacrifício humano

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OFERENDA DE SANGUE.//ELTON DAS NEVES.

As vozes sinistras reboavam no ar frio, e, envolvido por uma neblina que de tão densa podia-se cortá-la com uma faca, elas entoavam um cântico de sonoridade sombria e tétrica, parecia até que as gargantas dos antigos bruxos haviam sido abertas novamente para entoá-las, o numeroso grupo de encapuzados que trajavam túnicas negras, levavam a jovem vitima que gritava desesperadamente pedindo que á soltassem, no entanto continuando com seu funesto canto ritualístico, o macabro grupo continua sua marcha ignorando tal pedido, e pisando no terreno úmido e verdejante rumo ao seu destino certo. Enquanto alguns levam a garota que tem seus braços e pernas amarrados, sob uma tábua amarronzada com duas varas em suas laterais para que segurando nelas pudessem carregá-la, o restante caminhava solenemente carregando tochas acesas em suas mãos, para iluminar seu caminho ante as trevas da madrugada que caia como um véu negro sobre suas cabeças funestas, tendo sempre presente em seus lábios a entonação do já citado malogrado cântico. Chegados ao seu ponto de destino, a procissão ritualística de indumentária preta subitamente para. Eles estacam diante de uma superfície elevada, um altar de pedra trabalhada com um símbolo muito singular nele esculpido, se trata da figura de quatro luas sobrepostas lado á lado. A histérica jovem deitada sobre a superfície de madeira, é colocada sobre o altar, seus berros de medo e angustia ganham eco sobre a imensidão vazia e escura daquela quinta aonde se encontravam, então do enorme grupo daqueles indivíduos, destaca-se um homem, mesmo trajado de túnica e capuz que lhe escondiam suas feições e linhas delineadas de seu corpo, notava-se sua alta estatura que deveria medir calculando pela sua simples visualização, um metro e noventa e oito, dono de provavelmente cem quilos de pura massa muscular. O que parece ser o líder do grupo vestido de negro em questão levanta sua mão direita no que as vozes de súbito se calam, menos obviamente o da garota que continua á pedir clemência e sua suposta libertação. Tal problema é resolvido quando alguém dela se aproxima para amordaçá-la, sua voz abafada pelo aperto do pano escuro em sua boca, desaparece em meio ao poderoso turbilhão de horror que á cada momento parece crescer dentro dela. O silêncio agora reina absoluto, e depois de algumas frações de segundos, só é quebrada pela voz do líder que munido pela autoridade que tem, se dirige aos seus fies sectários dizendo-lhes: - Meus irmãos, seguidores da “antiga religião”, nesta noite, mais uma vez temos a oportunidade, de oferecermos á “grande Deusa” o sacrifício de vida humana que lhe é devido, para aplacar sua grande fome por vidas, e para trazer bênçãos, graças e força ao seio do nosso grupo de eleitos. É uma troca justa de presentes, entre nós e nossas divindades pagãs, recebemos seus inúmeros favores em troca do poder do sacrifício humano que alimenta sua força enquanto deuses que são. Olhem para a lua,ela está minguante, é tempo da grande Deusa mostrar uma de suas várias faces, á deste período ela se revela como a grande anciã, velha e sábia,conhecedora dos maiores mistérios da vida e da morte. Sim vida e morte, é o que vamos celebrar agora. Neste período de ocaso para nós, da lua que mingua, oferecemos a vida de uma vitima imolada, para que possamos depois de experimentarmos a morte espiritual, tenhamos por meio desta oferenda, das mãos de nossa grande mãe, a ressurreição de nossas almas. E assim partiremos depois para um novo período, aonde felizes, contemplaremos uma outra manifestação de uma das já citadas e diferentes faces da nossa grande Deusa, a lua nova.
Um murmúrio de contentamento ecoa por meio dos lábios do grupo, que até então ouvira em absoluto e atento silêncio o seu mestre. Então ao acabar de proferir tais palavras daquele discurso doentio, ante o olhar cheio de expectativa de todos os presentes, e para o total pânico da jovem moça que amarrada e amordaçada está posta no altar, iluminado pela luz pálida da lua minguante que se ergue dependurada sobre o breu daquele firmamento despido de estrelas, juntamente auxiliada pelas luzes dos archotes acesos de chamas bruxuleantes, o líder retira do interior de sua indumentária sacerdotal preta, um punhal prateado com um desenho em sua lâmina, gravado á ouro das mesmas quatro luas sobrepostas paralelamente entre si, que figuram no altar de pedra, então se dirigindo para aonde está a jovem vitima que está para ser imolada, e que tem seus olhos esbugalhados, tentando soltar o grito que está preso e abafado pela mordaça que lhe tampa cruelmente a boca, ela só consegue em fracionários e angustiados segundos, vislumbrar o brilho da afiada lâmina, que erguida pela mão do seu algoz, desce impiedosamente sobre seu peito, entrando fundo, fazendo com que uma dor aguda e de sensação perfuradora se materialize em seu tórax. Então um grito em meio á escuridão é ouvido, mas não é da moça vitimada pelo punhal, pelo fato dela estar amordaçada, mas de Fernanda que desperta das lembranças do passado em um horrível pesadelo que parece se repetir toda noite.

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